A infância é tida,
segundo Philippe, à partir da necessidade de se doutrinar a sociedade dentro de suas crenças, e assim
torna-las mais fortes. Ainda no século XVI já havia citações e alguns autores
permeavam à cerca da infância, mas cada um à sua definição, atendendo aos seus
interesses, concordando esporadicamente que alguns ensinamentos básicos devem
ser dados ainda cedo. Tal estatuto, ainda sem nome, surge da necessidade de
educar estas crianças segundo suas leis, e, caso falhem por decorrência da
natureza dos homens, colocasse-o a culpa na má índole. Via-se a necessidade
também de separar esta juventude dos adultos pois eles é quem acobertavam e ‘apoiavam’
a maldade destes jovens.
Surge então no século XVIII as primeiras ‘escolas’ ou internatos sob a
perspectiva de que deve-se haver esta separação para um melhor aprendizado. A família adentra então na educação de forma
a vigiar o ensinamento e a conduta dos
filhos de acordo com as regras destes internatos, e à mãe é dada a chefia da
família desde que ela seja resiliente à sua vontade. As definições de termos de ‘criança’, ‘meninice’
e ‘juventude’ são dadas especificamente à classes sociais mais elevadas,
ficando à classes inferiores o mesmo tratamento dado aos adultos, inclusive no
que se refere roupas, formas de divertimento e trabalho, não tendo então acesso
a esta forma de ‘pedagogia’ do século XVI.
À seguir pinturas do século XVI retratando a forma de vestimenta destas crianças como adultos em miniaturas e as primeiras roupas infantis. (Para classes da burguesia, uma vez que as classes sociais inferiores não eram retratadas na pintura).