sexta-feira, 4 de maio de 2018

Interdisciplinariedade/ Saberes integrados/ Fragmentação do conhecimento!

Olá pessoal...

Então o que é Interdisciplinar? segundo o amigo Google "é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre as disciplinas."

Mas será que é só isso? 


Com base nos textos de Hilton Japiassu e  Jurjo Torres Santomé propostos na disciplina de Didática, estudamos um pouco sobre os saberes integrados, as fragmentações do ensino e as necessidade econômicas que vem nos acompanhando e mexendo com a forma de ensino em um contexto histórico.


Com base nos textos de Hilton Japiassu e  Jurjo Torres Santomé percebemos que a grande conexão entre as leituras é o nosso sistema capitalista  que regida pelos grandes acumuladores de riquezas no caso, as indústrias a automobilísticas, movimentavam os perfis de trabalhadores e que refletem diretamente na educação que preparava os cidadãos para o trabalho. Como um sistema de pirâmide e hierárquico os donos de fabricas são o ápice e a classe trabalhadora a mais baixa, sendo tratada como uma média onde eram cortadas todas formas de iniciativa e capacidade de evolução no trabalho. Contudo greves e manifestações eram um contratempo, assim a classe operaria que pensasse era um incomodo.
“Com uma estratégia similar acentua-se a divisão social e técnica do trabalho; só umas poucas pessoas, muito especializadas, chegam a compreender claramente todos os passos da produção de qualquer mercadoria, e o que a motiva. Por meio de uma sofisticação cada vez maior da tecnologia, por outro lado, as máquinas puderam começar a encarregar-se dos trabalhos mais especializados. Os operários e operárias geralmente tinham que atender apenas às atividades menos complexas, mais rotineiras e monótonas (Santomé, 98).”

            Se o conhecimento era limitado ou fragmentado, os donos de fabricas tinham em mãos a classe operaria, o controle era estabelecido, pois se possibilitava o conhecimento a poucos e se tinha aqueles que só reproduziam e obedeciam, se concretizando como peças não fundamentais e fáceis de serem descartadas se não cumprissem com seus deveres, então trazendo para nossa realidade escolar vemos que de certa maneira como o texto de SANTOMÉ (1998), a escola trai sua razão, pois não:

“preparar cidadãos e cidadãs para compreender, julgar e intervir em sua comunidade, de uma forma responsável, justa, solidária e democrática. Na medida em que também aqui tornava-se realidade a fragmentação dos conteúdos culturais e das tarefas, os estudantes se deparavam com obstáculos bastante intransponíveis para compreender o autêntico significado dos processos de ensino e aprendizagem. Assim, nas instituições de ensino produzia-se uma distorção semelhante à do mundo produtivo.

A escola acaba por educar alunos robôs e sistemáticos onde o ensino é bancário fazendo de nossos alunos indivíduos obsoletos em sua capacidade e potencial, assim educados a obedecer sem questionar, formando a mão de obra barata.
Na atualidade vejo que a escola segue em passos lentos em sua caminhada para uma formação de cidadãos pensantes que são capazes de perceber a democracia e direitos, pois ainda formamos muitos alunos que trabalharam no automático, apertando botões e sendo submissos a algumas ordens devido ao sistema que ainda privilegia os mais favorecidos onde a educação já não é mais tão fragmentada e desconectada.  Como educadora de escola pública o texto faz pensar que aluno estou formando? Será que estou possibilitando suas múltiplas possibilidades de conhecimento? Estou possibilitando que este aluno saiba como criar sua evolução? Ou estou simplesmente ensinando a obedecer às ordens e se portar em sociedade com seu conhecimento básico que é imposto por um currículo criado não democraticamente?
A educação como formadora tem um desafio muito grande de se reorganizar,   pensando em sua grade curricular e na formação de professores que possam trabalhar as interdisciplinas, e assim, flexibilizar a formação e como um todo possa pensar nas políticas dos governantes que possibilitem os professores e estudantes uma educação melhor, mas estamos diante de um nova base curricular a ser implantada que não nos transmite muita confiança ao futuro melhor com respeito pela democrática e direitos, mais que remete sim a uma velha forma de ensinar e obedecer o sistema capitalista que rege nosso país.


Referências:

SANTOMÉ, Jurjo Torres - GLOBALIZAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE O Currículo Integrado – Artemed, 1998.
JAPIASSU, Hilton. A questão da interdisciplinaridade. Revista Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994.)

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