Olá pessoal...
Então o que é Interdisciplinar? segundo o amigo Google "é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre as disciplinas."
Mas será que é só isso?
Com base nos textos de Hilton Japiassu e
Jurjo Torres Santomé propostos na disciplina de Didática, estudamos um pouco sobre os saberes integrados, as fragmentações do ensino e as necessidade econômicas que vem nos acompanhando e mexendo com a forma de ensino em um contexto histórico.
Com
base nos textos de Hilton Japiassu e Jurjo
Torres Santomé percebemos que a grande conexão entre as leituras é o nosso
sistema capitalista que regida pelos
grandes acumuladores de riquezas no caso, as indústrias a automobilísticas,
movimentavam os perfis de trabalhadores e que refletem diretamente na educação
que preparava os cidadãos para o trabalho. Como um sistema de pirâmide e hierárquico
os donos de fabricas são o ápice e a classe trabalhadora a mais baixa, sendo
tratada como uma média onde eram cortadas todas formas de iniciativa e
capacidade de evolução no trabalho. Contudo greves e manifestações eram um contratempo,
assim a classe operaria que pensasse era um incomodo.
“Com
uma estratégia similar acentua-se a divisão social e técnica do trabalho; só
umas poucas pessoas, muito especializadas, chegam a compreender claramente
todos os passos da produção de qualquer mercadoria, e o que a motiva. Por meio
de uma sofisticação cada vez maior da tecnologia, por outro lado, as máquinas
puderam começar a encarregar-se dos trabalhos mais especializados. Os operários
e operárias geralmente tinham que atender apenas às atividades menos complexas,
mais rotineiras e monótonas (Santomé, 98).”
Se o conhecimento era limitado ou
fragmentado, os donos de fabricas tinham em mãos a classe operaria, o controle
era estabelecido, pois se possibilitava o conhecimento a poucos e se tinha aqueles
que só reproduziam e obedeciam, se concretizando como peças não fundamentais e fáceis
de serem descartadas se não cumprissem com seus deveres, então trazendo para
nossa realidade escolar vemos que de certa maneira como o texto de SANTOMÉ
(1998), a escola trai sua razão, pois não:
“preparar cidadãos e cidadãs para
compreender, julgar e intervir em sua comunidade, de uma forma responsável,
justa, solidária e democrática. Na medida em que também aqui tornava-se
realidade a fragmentação dos conteúdos culturais e das tarefas, os estudantes
se deparavam com obstáculos bastante intransponíveis para compreender o
autêntico significado dos processos de ensino e aprendizagem. Assim, nas
instituições de ensino produzia-se uma distorção semelhante à do mundo
produtivo.
A escola acaba por educar
alunos robôs e sistemáticos onde o ensino é bancário fazendo de nossos alunos indivíduos
obsoletos em sua capacidade e potencial, assim educados a obedecer sem
questionar, formando a mão de obra barata.
Na atualidade vejo que a
escola segue em passos lentos em sua caminhada para uma formação de cidadãos
pensantes que são capazes de perceber a democracia e direitos, pois ainda
formamos muitos alunos que trabalharam no automático, apertando botões e sendo
submissos a algumas ordens devido ao sistema que ainda privilegia os mais
favorecidos onde a educação já não é mais tão fragmentada e desconectada. Como educadora de escola pública o texto faz
pensar que aluno estou formando? Será que estou possibilitando suas múltiplas
possibilidades de conhecimento? Estou possibilitando que este aluno saiba como
criar sua evolução? Ou estou simplesmente ensinando a obedecer às ordens e se
portar em sociedade com seu conhecimento básico que é imposto por um currículo
criado não democraticamente?
A
educação como formadora tem um desafio muito grande de se reorganizar, pensando em sua grade curricular e na formação
de professores que possam trabalhar as interdisciplinas, e assim, flexibilizar a
formação e como um todo possa pensar nas políticas dos governantes
que possibilitem os professores e estudantes uma educação melhor, mas estamos
diante de um nova base curricular a ser implantada que não nos transmite muita
confiança ao futuro melhor com respeito pela democrática e direitos, mais que
remete sim a uma velha forma de ensinar e obedecer o sistema capitalista que
rege nosso país.
Referências:
SANTOMÉ, Jurjo Torres - GLOBALIZAÇÃO E
INTERDISCIPLINARIDADE O Currículo Integrado – Artemed, 1998.
JAPIASSU, Hilton. A questão da
interdisciplinaridade. Revista Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de
Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994.)